sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A VERDADE LIBERTA

A VERDADE LIBERTA
por Dom Alfredo Schaffler, Bispo da Diocese de Parnaíba-PI
São Paulo atribui a decadência moral da humanidade à substituição da Verdade sobre Deus pela idolatria que consiste em adorar o não adorável(Cl 3,5).
Um documento que foi escrito pelos Bispos da América Latina em Puebla fala destas três formas de idolatria:
a da riqueza, a do prazer e a do poder.
São Paulo oferece, na Carta aos Romanos, uma lista de comportamentos que caracterizavam a cultura pagã de seu tempo.
Fala de um aprisionamento da verdade, impedida de vir à tona, pelas escolhas ímpias e injustas dos seres humanos. Em outra passagem, São Paulo afirma que os gentios, que não receberam a lei revelada, têm a lei “gravada em seus corações”(Rom 2,15), razão por que são também responsáveis diante da própria consciência pelo mal que praticam.
Aqueles que crêem de verdade em Deus, Pai e Criador, estão convictos de que existe uma ordem natural a ser respeitada e que a verdadeira liberdade consiste em assumir na própria existência o projeto de Deus que se pode descobrir pela consideração atenta, sensível à verdade, da natureza profunda do universo e da própria natureza humana.
Quando Deus deixa de ser o fundamento último da existência humana, tudo se torna possível.
Os desejos dos indivíduos, ou de grupos, podem então se transformar em direitos e as leis acabam por abrir espaço para sua satisfação.
De fato, as perfeições invisíveis de Deus - não somente seu poder eterno, mas também a sua eterna divindade - são percebidas pelo intelecto, através de suas obras, desde a criação do mundo.
Portanto, eles não têm desculpa: apesar de conhecerem a Deus, não o glorificaram como Deus nem lhe deram graças.
Pelo contrário, perderam-se em seus pensamentos fúteis, e seu coração insensato se obscureceu. 
Alardeando sabedoria, tornaram-se tolos e trocaram a glória do Deus incorruptível por uma imagem de seres corruptíveis, como homens, pássaros, quadrúpedes, répteis. 
Por isso, Deus os entregou, dominados pelas paixões de seus corações, a tal impureza que eles desonram seus próprios corpos.
Trocaram a verdade de Deus pela falsidade, cultuando e servindo a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre”
E, porque não julgaram ser bom alcançar a Deus pelo conhecimento, Deus os entregou ao seu reprovado modo de pensar.
Praticaram então todo tipo de torpeza: cheios de injustiça, iniquidade, avareza, malvadez, inveja, homicídio, rixa, astúcia, perversidade; intrigantes, difamadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, tramadores de maldades, rebeldes aos pais, insensatos, traidores, sem afeição, sem compaixão.
E, apesar de conhecerem o juízo de Deus que declara dignos de morte os autores de tais ações, não somente as praticam, mas ainda aprovam os que as praticam”(Rom 1,18-31).
Aí está, uma descrição de costumes e de comportamentos que estão presentes, em grau maior ou menor, em todas as épocas da história.
Aliás, a Epístola aos Romanos quer mostrar exatamente isto: todos os seres humanos, sem exceção, estão sob o domínio do pecado.
Seu objetivo é mostrar que em Cristo somos salvos.
O reconhecimento de nossa condição de pecadores abre-nos para Cristo Salvador.
Saberemos, entretanto, reconhecer que em nós há desejos, afetos, paixões desordenados que precisam de cura e saberemos perceber a ação de Deus que nos mobiliza na direção da prática do bem.
Nesse sentido é impossível viver sem experimentar este conflito:
Novamente S. Paulo nos fala: “. Com efeito, não faço o bem que quero mas pratico o mal que não quero”(Rom 7,18-19).
A consciência dessa condição nos leva a Cristo que, pelo Espírito Santo, vem em nosso socorro e nos dá a graça de construir nossa vida segundo o projeto de Deus.
Não precisamos ser escravos nem da lei nem de nossas paixões desregradas.
Podemos caminhar na direção de uma liberdade sempre mais profunda, conduzidos pelo Espírito de Cristo.
Uma alerta: a cultura hedonista se alastra, cria leis que transformam em direitos comportamentos que destoam da verdade.
Não se considere melhor que os outros e nem se assuste, pois o próprio Jesus Cristo nos diz: “não tenhais medo, sou eu”( Jo 6,20); e ainda: “eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos( Mt 28,20).
Firme na fé e fiquem com Deus.

Árvore de Natal é sinal da luz de Cristo

Bento XVI: Árvore de Natal é sinal da luz de Cristo


“Apesar das tentativas de se apagar o nome de Deus da história, a sua luz continua a resplandecer sobre a humanidade através de Cristo”. Foi o que afirmou o Papa Bento XVI na manhã desta sexta-feira, ao receber em audiência a delegação da pequena cidade molisana de Pescopennataro, que neste ano doou ao Papa a árvore de Natal que ornamenta a Praça São Pedro. Na tarde desta sexta-feira, às 16h30, horário italiano, o pinheiro foi iluminado durante uma cerimônia que contou com a presença, entre outros, do Secretário Geral do Governatorado, Dom Giuseppe Sciacca.

Cada vez que o homem quis apagar no mundo a luz acesa com o nascimento de Jesus, o resultado foi uma escuridão feita de horrores. A iluminação da árvore de Natal na Praça São Pedro sugere a Bento XVI uma reflexão feita de luzes e sombras. A primeira, deslumbrante, de Deus feito homem, “vindo para dissipar as trevas”. A segunda, obra dos homens, quando nas várias épocas tentou apagar a luz de Cristo para acender flashes ilusórios e enganadores, teve como consequência a abertura de períodos marcados por trágicas violências sobre o homem. “

“Isto porque, quando se tenta cancelar o nome de Deus nas páginas da história, o resultado é que se traçam linhas tortas, onde até mesmo as palavras mais belas e nobres perdem o seu verdadeiro significado. Pensemos a expressões como “liberdade”, “bem-comum”, “justiça”. Privadas de suas raízes em Deus e no seu amor, no Deus que mostrou o seu vulto em Jesus Cristo, estas realidades permanecem muitas vezes à mercê dos interesses humanos, perdendo sua ligação com as exigências de verdade e de responsabilidade civil”, afirmou o Santo Padre.

Falando aos habitantes da pequena localidade de Pescopennataro, - pouco mais de 300 pessoas - Bento XVI destacou que ninguém conseguiu suprimir a história de luz e de amor iniciada dois mil anos trás em Belém: “Esta luz altíssima, em que a árvore de Natal é um sinal e uma recordação, - disse o santo Padre -, não só não diminuiu sua intensidade com o passar dos séculos e dos milênios como continua a resplandecer sobre nós e a iluminar cada ser humano que vem ao mundo, especialmente quando atravessamos momentos de incerteza e dificuldade”.

Por fim o Santo Padre agradeceu a oferta da árvore, um abeto de 24 metros, cuja madeira será utilizada em trabalhos de solidadiredade.


Por:
Rádio Vaticano

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Audiência geral, Papa Bento XVI

 "Deus vem ao encontro de cada ser humano"


Audiência geral, Papa Bento XVI.



A Sala Paulo VI, no Vaticano, acolheu na manhã desta quarta-feira milhares de fiéis e peregrinos para a Audiência Geral com o Papa Bento XVI.



O Pontífice dedicou sua catequese às etapas da Revelação, descritas nas Escrituras, que tem seu ápice no nascimento de Jesus Cristo.



“A partir de Cristo, a história se ilumina, mostrando-nos uma presença que lhe confere significado e a abre à esperança”, explicou. A Palavra de Deus nos convida a fazer memória dos fatos narrados, a vê-los como “história de salvação”. São fatos que transformaram Israel, o chamaram a servir a Deus e a testemunhá-Lo em meio a outros povos. Ao celebrá-los, o povo os atualiza e os faz presentes.



O Advento, recordou o Papa, nos convida a percorrer o caminho desta presença e nos recorda sempre que Deus não se retirou do mundo, não está ausente, não nos abandonou a nós mesmos, mas vem ao nosso encontro de várias maneiras, que devemos aprender a discernir. “E também nós, com a nossa fé, a nossa esperança e a nossa caridade, somos chamados todos os dias a reconhecer e a testemunhar esta presença, num mundo muitas vezes superficial e distraído, a fazer resplender na nossa vida a luz que iluminou a gruta de Belém.”



Após a catequese em italiano, Bento XVI saudou os presentes em várias línguas. Em espanhol, o Papa dirigiu sua saudação aos participantes do Congresso Internacional promovido pela Pontifícia Comissão para a América Latina, assim como às autoridades civis e eclesiásticas, e aos inúmeros fiéis do Estado de Michoacán, México, que ofereceram ao Vaticano o presépio artesanal que enfeita a Sala Paulo VI.



“Que Nossa Senhora de Guadalupe vele pela nobre nação mexicana e lhes conceda unidade, justiça, concórdia e paz.”



Em português, Bento XVI disse:



“Queridos irmãos e irmãs, a Revelação, a comunicação que Deus faz de si mesmo e do seu desígnio de benevolência e de amor, se insere no tempo e na história dos homens. A Sagrada Escritura ensina que Deus, desde o início, veio ao encontro do homem, chamando-o a uma íntima comunhão com Ele. E mesmo quando o homem se afastou d’Ele pela desobediência, Deus não cessou de oferecer ao homem a sua aliança: com Noé, depois do dilúvio; chamando Abraão a deixar a sua terra para tornar-se pai de uma multidão de povos; libertando o povo de Israel da escravidão do Egito e estabelecendo uma Aliança; guiando Israel por meio dos profetas, fazendo crescer a esperança de uma Nova Aliança destinada a todos os homens e que se realiza em Cristo, Aquele que ilumina e dá sentido pleno à história de Deus com a humanidade. De fato, estes são acontecimentos que não “passam” nem caem no esquecimento, mas se tornam memória, constituem a “história da salvação”. Assim, a fé é alimentada pela descoberta e a memória de Deus sempre fiel, que guia a história e constitui o fundamento seguro e estável sobre o qual podemos apoiar as nossas vidas.



Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Possa a preparação para o Natal, neste tempo do Advento, vos recordar que Deus vem ao encontro de cada ser humano. Meditai a Palavra de Deus, precioso alimento da vossa fé, para assim resplandecer nas vossas vidas a luz de Cristo que iluminou a gruta de Belém. Que Ele vos abençoe!”





Por:

Rádio Vaticano